segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O Maravilhoso e o Sobrenatural

14. Resumimos nossa opinião nas proposições
seguintes:

1º) Todos os fenômenos espíritas têm como princípio a existência da alma, sua sobrevivência à morte do corpo e suas manifestações;

2º) Decorrendo de uma lei da Natureza, esses fenômenos nada têm de maravilhoso, nem de sobrenatural, no sentido vulgar dessas palavras;

3º) Muitos fatos são considerados sobrenaturais porque a sua causa não é conhecida; ao lhe determinar a causa, o espiritismo os devolve ao domínio dos fenômenos naturais;

4º) Entre os fatos qualificados de sobrenaturais, o espiritismo demonstra a impossibilidade de muitos e os coloca entre as crenças supersticiosas;

5º) Embora o espiritismo reconheça um fundo de verdade em muitas crenças populares, ele não aceita absolutamente que todas as estórias fantásticas criadas pela imaginação sejam da mesma natureza;

6º) Julgar o Espiritismo pelos fatos que ele não admite é dar prova de ignorância e desvalorizar por completo a própria opinião;

7º) A explicação dos fatos admitidos pelo Espiritismo, de suas causas e suas conseqüências morais, constitui toda uma Ciência e toda uma Filosofia que exigem estudo sério, perseverante e aprofundado;

8º) O Espiritismo só pode considerar como crítico sério àquele que tudo viu e estudou, em tudo se aprofundando com paciência e a perseverança de um observador consciencioso; que tenha tanto conhecimento do assunto como adepto mais esclarecido; que não haja, portanto, adquirido seus conhecimentos nas ficções literárias da ciência; ao qual não se possa opor nenhum fato por ele desconhecido, nenhum argumento que ele não tenha meditado e que não tenha refutado apenas por meio da negação, mas por outros argumentos mais decisivos; aquele enfim, que pudesse apontar uma causa mais lógica para os fatos averiguados. Esse crítico ainda está para aparecer.


O Livro dos Médiuns; Allan Kardec

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